2018: INVASÕES A PRÉDIOS EM SP AUMENTARAM 56%

2018: INVASÕES A PRÉDIOS EM SP AUMENTARAM 56%

2018: INVASÕES A PRÉDIOS EM SP AUMENTARAM 56%

De janeiro a abril deste ano, 1300 condomínios foram invadidos por bandidos em São Paulo. No mesmo período em 2017, as estatísticas apontavam 832 crimes, ou seja, o aumento foi muito grande. Os números não erram, portanto, podemos deduzir que a criminalidade mais uma vez passou a enxergar prédios e edifícios como alvos.

Por outro lado, uma pergunta não quer calar:

“É nítido que síndicos em geral aumentaram os investimentos em segurança, tanto é verdade, que a maior fatia da despesa condominial é representada por essa área. Então, por que os índices não diminuíram, já que os condomínios deveriam estar mais seguros?”.

A resposta é bastante simples: o trato com segurança patrimonial ainda é feito de forma amadora, pois, geralmente, não é precedido por estudo, análise de risco e, concomitantemente, projeto técnico.

Síndicos têm promovido gastos com segurança, principalmente com a compra de equipamentos físicos e eletrônicos.

Mas quem garante que esse investimento, feito de forma desordenada, com base em “achismos” e “palpites” de alguns moradores, traz resultados efetivos no aumento do nível de segurança?

É importante o leitor saber que “sensação” de segurança não é segurança efetiva. A instalação de algumas câmeras e a formatação de clausuras de pedestres e de veículos, por si só, não inibem a ação de bandidos. E digo mais, na maioria das vezes, esse tipo de investimento é realizado de forma errada, com brechas e vulnerabilidades que o administrador não está apto a identificar.

Para exemplificar, nada melhor que um fato concreto, como o acontecido no ano passado, quando fui procurado por uma moradora de prédio na zona oeste de São Paulo. Ela havia assistido palestra sobre guaritas, que ministrei no Secovi e me disse que os moradores decidiram em Assembleia sobre a construção de portaria blindada, tendo em vista que a guarita em uso era por demais antiga e mal posicionada.

O sindico do prédio, com mais de 10 anos no cargo, imediatamente contratou arquiteta para realização de planta, sendo que as obras iriam começar em menos de um mês. A preocupação da moradora era no tocante às dimensões da nova guarita e também em relação ao novo posicionamento. Pedi a ela que me enviasse fotos da fachada atual de seu condomínio e também a planta em perspectiva. O síndico não gostou da interferência e não passou o trabalho técnica da arquiteta.

Dessa forma, com base nas fotos enviadas, ela apontou onde seria construída a nova e moderna guarita. Após breve análise, informei à moradora que o local escolhido era péssimo quanto ao quesito segurança.

A condômina concordou com minha explanação, mas não teve êxito em convencer outros moradores a “comprarem a briga” com o síndico para que o projeto fosse revisto e alterado.

Depois de 10 dias ela me ligou agradecendo as orientações mas que havia desistido de enfrentar o administrador, que tinha perfil centralizador e do tipo “sabe tudo”.  Após 6 meses, um compromisso me levou a passar pelo bairro da citada moradora. Sem querer, dei de cara com seu edifício. Resolvi parar o carro e analisar a obra realizada.

A conclusão foi a pior possível; a nova guarita fora realmente construída no pior local da fachada do condomínio, e sem os requisitos básicos de segurança.

Esse foi mais um caso onde o síndico fez investimento financeiro de grande monta mas que redundou na piora do nível de segurança.

Portanto, quando se gasta mal, o resultado é péssimo.

Nos últimos meses recebi vídeos de invasões a prédios promovidos por adolescentes e até crianças, ou seja, esses locais são como queijos suíços, cheios de furos e brechas na segurança patrimonial. Se um garoto de 10 anos e um adolescente foram capazes de entrar num prédio de classe média alta pela portaria, arrombar apartamentos e irem embora tranquilamente sem levantar a mínima suspeita, imagine o que faria uma quadrilha organizada com bandidos armados?

Para finalizar, deixo a seguinte reflexão: o fato de seu edifício nunca ter sido invadido, não é sinônimo que seja seguro, do mesmo modo que uma pessoa que não está momentaneamente doente, possa ser considerada saudável!

Texto de: JORGE LORDELLO

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